terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Evolução

Às vezes é melhor apagar todo o cenário a sua volta, com uma boa borracha e redesenhar a realidade. Lembranças, bem como aromas, me transportam, ora pro céu, ora ao inferno. Estou cercada por três homens da caverna; acho que são australopithecus. Um deles deve ser o líder, pois expõe - bancando o folgadão - seus dedões esparramando-se no assento da caverna quase encostando no meu joelho (que anda dolorido). Ele sorve uma tina de água, espirra por todos os lados e divide com os outros seres de sua espécie. Não entendo o que diz, só o vejo gesticular muito. São australopithecus do bem.
E então, tem o céu do lado de fora. E aí, vem o The Police para me resgatar e me levar para os anos 80. Vou pra Floripa, conheço um príncipe; vou pra São Paulo e entro no Centro Cultural Vergueiro. Saio de lá, ando a pé, tomo chuva, ouço The Police. Os outros habitantes da caverna não conhecem o mito.
Como dizia um antigo amigo: "O homo, que sapiens é, erectus fica.
E assim vai.

Som do trem: Spirit the material world, The Police

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