quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Trenzinho


5.02

Sexta-feira braba. Um casal que parecia sair de um porta-retratos, direto da década de 40, sentou-se. Ela era cuidadosa e tinha um vestido, bege, comportado. Ele, tímido, com umas manchas no rosto e braços. Ambos, gratos, chuparam bala de gengibre comprada de um vendedor ambulante no trem. "Bala de gengibre!". "Ajuda na cura da gripe, dor de garganta, tosse, catarro!". "É 1 real!". Meu corpo gruda. Estou de preto; um menino, de branco. O cheiro do trem, novamente, me dá náuseas.
Sorrisos, casais idosos, o casal da bala. Os sorrisos grafitados nos muros das estações me dão esperança. Atrasada. Eu e o coelho da Alice. O trem, uma tartaruga e a fábula.
Eu e o sorriso do gato de Alice, na capa do caderno brochura, da minha filha que é pura doçura.

11:00

Som do trem: O trenzinho do caipira, de H. V. Lobbos, com Uakiti.

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